25 de agosto de 2011

7º Preceito - TUDO EXISTE EM RELATIVIDADE




“Tudo existe em relatividade”

O preceito, “Tudo existe em relatividade”, expressa uma das providências divinas (vontade ou lei de Deus) e se refere a um importante estado espiritual, que se faz necessário captar com firmeza para realizar a auto-expressão.
A profundidade do sentido está em que tudo “existe” em relatividade e não tudo “está” em relatividade.
A palavra “relatividade” pode parecer um pouco difícil, mas pelo dicionário significa “estar um defronte do outro” e “indica relação mútua”. Relatividade quer dizer: em cima e em baixo, esquerda e direita, frente e verso, vertical e horizontal, homem e mulher, bem e mal, superior e subalterno, positivo e negativo. Assim, todos os fenômenos e fatos reais existem no dualismo, isto é, os dois fatores estão em mútua relação. Em outras palavras, no mundo em que vivem os seres humanos (mundo dos fenômenos), na realidade, todas as coisas existem em relatividade.
Um exemplo de fácil compreensão é a pilha que produz a corrente elétrica; nela há um pólo positivo e um negativo, e a eletricidade desloca-se do positivo para o negativo.
Ainda, a menor partícula que constitui todas as matérias deste mundo é o átomo. Este átomo é constituído de um núcleo com carga positiva e, ao seu redor, há elétrons com carga negativa. De qualquer modo, a relação mútua entre o núcleo e o elétron faz surgir um fenômeno, ativando uma força.
Em termos de eletricidade, o preceito “tudo existe em relatividade” refere-se aos pólos positivo e negativo; em termos de papel, é frente e verso. Assim, os dois lados não existem independentes um do outro, significa que da combinação dos dois é que se constitui um formato.
E isso abrange todas as coisas deste mundo. Por isso, para se realizar qualquer expressão, qualquer arte, qualquer fato, existe o princípio de que deve haver união e harmonia dos dois lados.

Arte é harmonia

Estendendo o que foi dito à relação entre o sujeito que é o ser humano (indivíduo) e o objeto (que são todas as coisas existentes), torna-se evidente quanto é importante ao homem que vai tomar providências com a matéria harmonizar-se com ela.
O ceramista diante do barro vai criando formas, põe para secar ou queimar e assim produz um objeto. No início, a pessoa se defronta com o barro; a obra final, resultante da fusão do sentimento e conduta do autor com o barro, é a união entre a pessoa e o barro, devendo surgir daí, certamente, um novo produto harmonioso. O passo seguinte é quando surge uma outra pessoa que se defronta com esse objeto, surgindo uma nova harmonia entre ela e o objeto.
Quando a pessoa trabalha com o barro que existia como objeto de sua relatividade e cria uma nova coisa que é a harmonia, reside aí uma expressão do ser humano de sabor inexplicável.
A existência da relatividade abrange todas as coisas e, analisando a nossa vida cotidiana, também estamos sempre nos relacionando com algo. Pais e filhos, marido e mulher, amigos, conhecidos, chefe e subordinado, companheiros, vizinhos, diversas coisas ou fenômenos da natureza. Diante desses fatores com os quais estamos nos relacionando, devemos, a cada momento, nos auto-expressar (ativar), pois isto é a nossa vida.
Quando o indivíduo, que é o sujeito, e a matéria, que é o objeto, prosseguem com esse estado espiritual de união (dizemos que é o estado espiritual da união entre o ser e a matéria), ao final, os elementos que existiam em relatividade fazem resultar algo harmonioso (uma nova obra divina), e surge a verdadeira vida artística.
Levantando alguns exemplos mais familiares, em caso de empresa, o administrador e o funcionário, o chefe de um departamento e seus subordinados, se não estiverem com sentimento harmonioso não surgirão coisas boas. É preciso superar fatos subjetivos como ter preferência entre pessoas, gostando de uns e desgostando de outros; o superior deve amar o subalterno, tendo compreensão; e o subalterno deve respeitar e admirar o superior. Enfim, falando de modo mais fácil, “existir em relatividade” quer dizer harmonizar-se, ser pacífico. Diante de todos os problemas da vida cotidiana, se a pessoa for unificando as duas partes, as coisas irão correr bem, em harmonia e eficientemente.
A “arte” consiste em esforçar-se em criar o sabor da harmonia entre duas coisas diferentes, em equilibrar as duas coisas. E isto é missão do ser humano, como também é sua alegria.

Fonte: Revista PL No. 155
Fonte:http://www.perfectliberty.org.br

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